Uma criança que pede para fazer xixi a toda a hora será infeção urinária?
A criança pedir para fazer xixi muitas vezes, nem sempre é infeção urinária e pode acontecer por várias razões:
- Questões emocionais a nível do desfralde, porque aí tem as atenções da mãe, do pai ou dos familiares, quando pede xixi;
- Emocionais, quando não se sente bem no sítio onde está e, então como forma de fuga, surge a vontade de fazer xixi. Devemos dar muita atenção e não descurar este pedido de ajuda ou olhá-lo como uma manha. A criança não está bem nesta situação, não está confortável;
- Beber pouca água;
- Pode ser, também, por acidez vinda dos alimentos, que podem provocar acidez, não sendo necessariamente ácidos;
- Pelo microbioma;
- Ou por bactérias. A chamada infeção bacteriana, que também está intimamente ligada ao microbioma.
Como agir quando são questões emocionais?
Quando são questões emocionais, devemos acolher a criança, ajudá-la a perceber o porquê daqueles acontecimentos. Ajudá-la a expressar as suas emoções, através da homeopatia, da terapia floral, para um maior suporte emocional, ajudando a criança a lidar com aquela fase mais forte, de uma forma positiva e construtiva.
Como podemos verificar esta situação dos alimentos ácidos?
A alimentação, mesmo não sendo através de alimentos ácidos, pode provocar acidez. Só através da sua alteração podemos confirmar e comprovar que seria a alimentação a provocar essa vontade contínua de fazer xixi. Isto porque perante a alteração esta deixa de acontecer.
Alimentos ácidos, que são ácidos de sabor, são o limão, a laranja, o kiwi, o vinagre.
Alimentos que causam acidez, não têm sabor ácidos, mas resultam de certas misturas. Os enchidos, as carnes com certas especiarias, a aveia, a misturas entre certas frutas, por exemplo, pera e banana.
Não têm a ver com o PH dos alimentos, mas sim, com a reação do corpo aos alimentos.
O corpo produz mais ou menos acidez de acordo com o estado de saúde geral e também com a necessidade de digestão desses alimentos.
Não devemos focar apenas na eliminação dos alimentos. Devemos focar-nos numa dieta nutritiva e curativa, para que a criança, e a família, visto que a alimentação é um evento familiar, esteja saudável. Assim, com menos probabilidades de existir um microbioma pouco saudável e, por isso menos infeções.
Quando uma família consome alimentos saudáveis e nutritivos as crianças agem por exemplo e é mais fácil que a criança também coma saudável e nutritivo.
E se a causa for o microbioma, como identificar?
Ao existir um microbioma deficitário, isto é, com bactérias doentes, patológicas, elas são permeáveis por todo o corpo, vão alojar-se em todo o organismo.
Podem, assim, provocar infeções urinárias, cândidas, que se traduzem, não só em candidíase vaginal, mas também, em inflamação das amígdalas, garganta, sinusite, rinite, entre outras. Também podem resultar em problemas digestivos.
Quando é feita uma avaliação através de análises, se existir presença de proteínas na urina, é confirmação de infeção urinária, e também, confirmação de um microbioma que não está saudável.
E no caso de ser bacteriana?
No microbioma existem as bactérias saudáveis e depois, nos microbiomas menos saudáveis, existem as patológicas também.
Importa referir que as bactérias boas são o exército: regulam o PH, a digestão, a absorção dos nutrientes. Regulam a entrada de outras bactérias, vírus e organismos patogénicos, atacando-os, para manter o equilíbrio do corpo. Avisam o sistema imunitário para que se defenda desses micro-organismo. E decompõem os alimentos em nutrientes, para serem devidamente absorvidos na corrente sanguínea.
As bactérias patogenias são as que deixam doentes e se desenvolvem-se através da alimentação. Se alimentarmos as patogénicas elas serão em maior número em relação à bactérias saudáveis e vão provocar um microbioma doente, através da flora intestinal, porque a doença vem do intestino, reduzindo a imunidade e adoecendo o corpo.
Quando a bactéria da infeção urinária aparece é facilmente instalada a própria infeção urinária, não a conseguindo combater. O sistema imunitário está deficitário.
Devemos por isso alimentar e nutrir as bactérias saudáveis, para que estas defendam e povoem a flora intestinal em grande número, diminuindo assim as infeções do sistema urinário e de todos os outros sistemas do corpo.
O que acontece quando trato a infeção com antibiótico?
Ao tomar antibiótico, este vai matar não só as bactérias patológicas, doentes, como as saudáveis. E, como o corpo precisa de bactérias, se a nossa alimentação for deficitária, e é porque existiu uma infeção, as que vão crescer mais rapidamente e em maior número serão as patológicas. Porque estão a ser alimentadas.
Depois da toma do antibiótico é normal repetir as análises. Aí confirma-se que não existe a bactéria que provocou a infeção. Mas não existem nem essa nem nenhuma, porque o antibiótico matou-as todas. E o corpo precisa das bactérias saudáveis na sua flora, quer intestinal, quer vaginal. Quando pára o antibiótico, cresce as que tiverem mais alimentadas. Se estiver a alimentar a doença serão essas a progredir em maior número, porque é muito difícil reavivar uma flora saudável que anteriormente estava doente.
A doença torna-se recorrente.
Os antibióticos têm o seu lugar para os casos muito graves que não estão a ser resolvidos rapidamente com as terapias naturais, mesmo assumindo os seus efeitos secundários e toda a sua toxicidade, para que se consiga um controle a partir daí traçar um objetivo natural e saudável.
Quais as principais idades em que há mais infeção urinária?
Não está muito definido. sabe-se apenas que numa idade muito precoce não acontece muito, estando relacionado com o aleitamento materno, que previne a infeção urinária. A não ser que a mãe que amamenta tenha muitas infeções urinárias e, por isso, ao passar o seu microbioma deficitário ao bebé, pode estar a provocar a infeção urinária.
As idades mais identificadas estão próximas da idade escolar, durante e após o desfralde, entre os dois e os cinco anos, talvez as idades de maior risco.
- E isto pode acontecer porque a criança pode ficar muito tempo sem fazer xixi e as bactérias patogénicas não conseguem ser libertadas rapidamente;
- Podem existir restrições ao xixi no contexto escolar, que fazem com que a criança fique nervosa em relação ao tema;
- Talvez já tenha tido um descuido e volta o nervosismo em relação ao tema;
- A criança não sentir que a escola é igual ao seu lar, não se sentindo bem em ir à casa de banho;
- E as anteriores associadas a um microbioma menos saudável.
É muito perigoso não tratar a infeção urinária?
Muito! A infeção urinária pode chegar ao ponto de ter repercurssões neurológicas. Isto é, alterações a nível do cérebro.
A infeção urinária tem alterações nos rins e como processam as tóxicas, que podem provocar alterações neurológicas.
Por isso, é necessário tratar e o mais rápido possível, com tratamentos naturais e alterando aquilo que provocou a infeção urinária, que no contexto em que vive, quer nos hábitos de vida, quer nos hábitos alimentares. E só o conjunto funciona para que a criança alcance um bom nível de saúde.
E com os tratamento naturais corretos, a infeção urinária dura dois, três dias até desaparecer por completo.