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É normal uma mãe ser ansiosa?

Vamos começar pelo início.

Acontece que uma mãe ansiosa, geralmente, lida com uma família ansiosa.

É quase impossível fugir a este ciclo que, caso não seja travado e tratado, pode prejudicar muito, provocando mesmo doenças graves.

O que é a ansiedade?

A ansiedade é uma sensação conjugada com pensamentos e com fenómenos físicos.

Esta é capaz de tomar conta de nós, sentimos físicamente, temos pensamentos e sensações.

E, por isso, é tantas vezes difícil distinguir um pensamento real de uma preocupação ou medo, uma suposição gerada na nossa mente, num estado ansioso.

Quais são as principais sensações e sintomas da ansiedade?

Quando uma pessoa está ansiosa pode ter várias manifestações:

  • Nervosismo
  • Agitação
  • Tensão mental, emocional
  • Tensão física, nos ombros e pescoço
  • Sensação de perigo eminente
  • Batimento cardíaco acelerado que pode vir acompanhado de tensão alta
  • Respiração na zona superior do corpo, que pode ser muito rápida ou muito superficial
  • Suores
  • Tremer
  • Sensação de fraqueza e /ou cansaço
  • Dificuldades de concentração
  • Preocupação com o futuro, necessidade de controlo
  • Dificuldades com o sono
  • Irritação intestinal, síndrome do cólon irritável, intolerâncias alimentares, dificuldades em digerir certos alimentos, gases, obstipação, sensação de inchaço abdominal, diarreias
  • Problemas, em geral, da digestão
  • Medo, por si só e medo que no futuro venha a sentir medo, pânico e ansiedade
  • Ruminação de pensamentos

Porque é que as mães sofrem de ansiedade?

  • As mães sofrem com ansiedade porque as suas mães também já sofriam com ansiedade.

E como nós aprendemos muito mais pelo que vemos e presenciamos, do que pelo que nos ensinam, quando somos crianças, pensamos que ao entrar no mundo real, o medo e a ansiedade também farão parte dele.

  • Associado a isto, temos a necessidade das mães de controlar tudo. E, novamente, enquanto crianças, a nossa perceção diz-nos que as nossas mães realmente controlam tudo.

Essa perceção irá acompanhar-nos no nosso crescimento e na nossa vida adulta, iremos agir como se tivéssemos, também nós, que controlar tudo, porque é assim que funcionam as mães e as mulheres adultas.

Podemos dizer que a ansiedade acaba por ser uma herança que trazemos das nossas mães e que iremos passar às nossas crianças.

Não só as mães, mas sim todas as pessoas que passam por referências na nossa vida.

Como é que cheguei à conclusão de que a maioria das mães sofre de ansiedade?

Ao tratar as crianças vamos-nos apercebendo de certos comportamentos mais viscerais.

No entanto, estes comportamentos não levavam imediatamente à sua razão de ser.

Com o tempo, fui confirmando que por cada criança com este tipo de comportamento, correspondia a uma mãe que que se hiperpreocupava. E desta forma, ficou identificada essa ligação.

A minha experiência com algumas terapias como o Rebirthing, a Nutrição funcional, a Medicina Quântica, despertou-me para o facto da mãe e os filhos estarem ligados e até partilharem uma grande parte do seu campo gravitacional. Existindo, desta forma, muitas trocas de informação inconscientes ou subconscientes, e que vão fazer com que a criança opere, aja e reaja de acordo com o pensamento da mãe.

Por isso, quando em consulta, algumas das crianças têm certos comportamentos, consigo identificar, com algumas perguntas, que vêm através da mãe, que muitas vezes nem percebe ou sabe que estão conectados.

Muitas mães acreditam que é necessário sentir ansiedade, para serem boas mães, para serem mães responsáveis, para estarem em controlo de tudo. Não tendo consciência de que esta ansiedade prejudica os seus filhos e, até mesmo, o funcionamento da própria família.

Esta ansiedade começa muitas vezes, na gravidez, podendo muitas vezes levar ao insucesso da amamentação, por vezes identificado como problema físico, quando no fundo se tratou de ansiedade.

Por outro lado, crianças difíceis de dormir, que choram muito, complicada de cuidar no início da vida, bebés muito exigentes, por norma, têm uma mãe ansiosa.

Existem estudos que comprovam isso mesmo, não só em bebés mas até em adolescentes, em que a ansiedade materna se revelou em ansiedade escolar, depressão escolar, déficit de atenção, desordens de comportamento, entre outras.

Sabias que…

O nosso microbioma, ou seja, ou nossos bicharocos, vírus, bactérias, microorganismos que fazem parte do nosso corpo, a nossa flora intestinal, a nossa pele regulam o stress.

Isto é, se formos mais saudáveis no nosso organismo, seremos, também, mais tranquilos.

No caso de um microbioma desequilibrado, trará ansiedade que, por sua vez, trará mais desequilíbrio ao próprio microbioma. Acaba por ser um ciclo que se cria e que se auto alimenta.

Tudo indica que a falta de alimentação saudável e a falta de sono e descanso, desregulam o microbioma gerando ansiedade.

Quando o nosso microbioma sai do seu equilíbrio, fica desregulado, podem surgir todo o tipo de doenças e condições:

  • A imunidade fica reduzida
  • Infeções urinárias
  • Queda de cabelo
  • Má memória
  • Pele muito pouco saudável
  • Sono sem qualidade
  • Tendência para alergias
  • Intolerâncias alimentares
  • Intestino irritável
  • Problemas respiratórios
  • Problemas dentários
  • Herpes
  • Fungos nas unhas
  • Entre outras.

Cuidar da ansiedade materna, é sem dúvida, uma prioridade.

Qual a importância desta ansiedade nas nossas crianças?

As nossas crianças veem o que fazemos e ouvem o que nós pensamos, através desta estreita ligação que existe entre mãe e filho. Por isso, mesmo sem fazer nada, muitas vezes, a nossa criança tem comportamentos de ansiedade apenas gerados pelos nossos pensamentos.

Se a mãe é ansiosa, vive em ansiedade, a criança interioriza que a realidade e o mundo, não são seguros para ela viver.

Imaginemos, nas crianças, esta constante sensação de insegurança em relação à vida, e o consequente desequilíbrio do seu microbioma e consequente diminuição da sua imunidade guerreira, provocando todo o tipo de inflamação e doença.

É muito importante que tenhamos consciência desta conexão.

Ser ansiosa é comum, mas não é absolutamente nada normal nem desejável e nós temos o poder de cuidar, gerir e baixar os nosso níveis de ansiedade.

É possível gerir e baixar os níveis de ansiedade?

Primeiro que tudo deves começar por ti e não começares pela tua criança.

Estás sempre a tempo de aprender a regular os teus níveis de ansiedade, tenhas a idade que tiveres ou a condição que tiveres.

É muito importante que cries uma coerência entre o teu coração e a tua mente, através do mental e do físico, e aprendas a viver no momento presente.

Só o teu exemplo pode quebrar este ciclo e este investimento em ti vai impactar muito o seu futuro, mais do que tudo.

O meu método Imunidade Guerreira, passa exatamente por identificar como vives, como te relacionas, como pensas, o contexto da tua criação, como são os teus pais e a tua relação com eles. De forma a trabalharmos a tua ansiedade. Porque tudo isto é imprescindível trabalhar, para chegarmos a um nível ótimo de saúde das nossas crianças.

Não é possível fazer uma coisa sem a outra.

Pegando nisso, na sua história, muitas pessoas justificam a sua ansiedade. E, realmente, foram todas essas situações que te construíram, mas a partir daí tu tens o poder de mudar a tua vida daí para a frente.

Essa foi a tua escola, o teu doutoramento na vida, agora agarras nessas lições, nas pérolas de informação para partires de um ponto com maior segurança. Afinal de contas, já passaste por tudo isso, viveste tudo isso e ainda assim geraste vida e és vida.

São essas grandes pedras que te vão permitir construíres o teu castelo.

Através do teu corpo equilibrado, da tua respiração, da tua coerência entre coração e mente, a ansiedade será uma coisa do passado e tu estarás em paz.