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Como ajudar na adaptação das crianças à creche e escola?

O primeiro dia de creche ou escola é sempre complicado, muitas vezes, mais para os pais do que para a criança.

Os primeiros dias, geralmente, correm bem, porque a criança ainda não percebe se realmente é uma separação definitiva ou por pouco tempo.

Quando a criança percebe, a forma como reage, está diretamente relacionada com a sua história, com a aceitação e com as próprias crenças dos pais.

É necessário entender que…

Para diminuir a ansiedade da separação, devem ser identificados episódios anteriores de alguma separação que não foi positiva para a criança.

Ou seja, se não foram registadas boas memórias sobre esses episódios e tornaram negativa a experiência da separação.

Não tendo sido o primeiro contacto com a separação e esse contacto está relacionado com experiências familiares, é necessário identificar se os pais, geralmente a mãe, na altura da separação aceitou bem ou não, se foi uma decisão consensual ou se esteve relacionada com alguma situação negativa, como divórcio, doença, etc.

Também, se a criança foi retirada da situação e não teve que lidar com essa emoção ou sentimento.

Quando existe um acontecimento negativo é criada uma crença negativa.

Por exemplo, a criança foi vítima de bullying num primeiro ano de escola, desenvolveu uma crença de que ninguém gosta dela ou todos os meus pares são hostis e, por isso, sempre que está na sua presença essa crença virá ao de cima.

A mente da criança, ou do adulto, cria a sua realidade e eventualmente essa crença torna-se realidade, acontecendo várias vezes pela sua vida até que aprenda a lidar com a situação.

Nestas situações é urgente ajudar a criança a converter e a ressignificar essas memórias e essas crenças, através da sua produção química de criação de pensamentos e emoções.

Como ajudar a converter e ressignificar?

Como está diretamente relacionada com memórias das experiências passadas.

Ajuda a diminuir essa ansiedade gerindo a memória dessas separações através de várias soluções naturais, como os florais, a aromaterapia e a Homeopatia, que ajudam a resolver essas memórias de uma forma mais imediata.

Alterar a química que o cérebro produz na vivência da crença para que a situação não seja recriada da mesma maneira, várias vezes, e a criança seja capaz de criar uma nova realidade, saudável e com significado positivo.

Esta ressignificação e conversão, funciona tanto para crianças como para adultos.

Os pais devem ajudar, também, nessa ressignificação conversando com a criança, porque estas não têm muito a noção do passado e do que são memórias, sendo mais fácil quando existe diálogo e acolhimento por parte da família mais próxima.

O nascimento, por si só, é o primeiro trauma da criança, e é bom que tenhas isso sempre presente.

Para além das suas memórias, a criança espelha os pensamentos, emoções e crenças dos pais.

Trata-se da criação do seu acervo criativo.

Isto é, se esta dificuldade de adaptação à creche ou escola, assenta em memórias e crenças dos pais, ainda antes de identificar as memórias da criança, os pais devem fazer o seu trabalho emocional, porque a criança habita no seu campo gravitacional e absorve todas as suas emoções e pensamentos.

Assim que os pais identificam as suas feridas e as acolhem e as tratam, a ressignificação da criança será ainda mais eficiente.

Como identificar quando a criança precisa de ajuda?

1 – Descontrolo emocional e violência assim que a criança chega junto dos pais;

2 – A criança chora assim que chega junto dos pais e esse choro prolonga-se por um longo período de tempo e acontece regularmente;

3 – A criança não olha nos olhos dos pais;

4 – Não come nem bebe nada na escola;

5 – Reage mal quando alguém, fora do seu círculo mais próximo, lhe fala ou toca;

6 – Tem um sono muito perturbado;

7 – Crianças muito sossegadas, caladas e retraídas na escola, em que a criança está a tentar não fazer parte daquela realidade.

Todos estes sinais mostram que a adaptação à creche ou escola, ou a qualquer outra situação da vida da criança, está a ser muito dura.

8 – Problemas respiratórios constantes, ranhocas persistentes, que estão relacionados com a história do nascimento e sentir falta da mãe;

9 – Problemas de pele, que estão relacionados com o conflito de separação da mãe ou da família mais próxima;

10 – Constipações que duram 1 semana ou mais ou crianças com doenças cíclicas, em que é urgente agir para não se tornarem recorrentes;

11 – Tosse, nariz entupido e fungoso, aftas e todas as “tites”, amigdalites, otites, conjuntivites, etc., são todos sinais que a adaptação não está a correr bem para a criança, sobretudo se forem no início da escola ou se forem recorrentes.

Como atuar perante estes sintomas?

Deves ter sempre presente que a criança é autocentrada. Isto é, a criança acha que é sempre por causa dela que tudo acontece e caso sinta que está a ser abandonada na creche ou na escola, vai achar que será por sua culpa, por algo que fez.

Não dizer à criança, que se sente abandonada, que vai para a escola para o seu bem.

Explicar sempre a realidade, que vai para escola porque os pais têm necessidade disso, para trabalhar, para ter tempo para si, seja qual for a razão ou necessidade e que é por isso que ela irá para o ambiente escolar.

Deve ser tudo explicado para que esta tenha a certeza que não foi por algo que ela tenha feito.

Em jeito de nota, está provado que a escola não acrescenta muito à criança antes dos 3 anos e, a partir dos 3 anos, será mais para criar laços com os seus pares. No entanto, os melhores laços são os laços que cria com os seus pais e com a sua família mais próxima.

Depois de identificar qual é a rotina da escola e o que fazem antes dos pais chegarem e, como a criança não sabe as horas nem o tempo, os pais devem dizer o momento que a vão buscar.

Por exemplo, depois da sesta, depois da história, depois do lanche e cumprir com combinado. Aí a criança fica com mais segurança, o que também facilita a sua adaptação.

Olhar nos olhos e falar sobre as saudades e como sentiste a sua falta. Ouvir o que eles querem contar antes de fazer perguntas.

Repetir estas ações todos os dias para se sentirem vistos, ouvidos e seguros.

Explicar aos adultos que envolvem os nossos filhos, professores e educadores, que não devem tocar sem que as crianças os procurem, para não invadir o espaço e a confiança que ainda não foi criada. Por exemplo, pegar ao colo, abraçar, antes que a criança procure esse contacto físico e se sinta à vontade com esse toque.

Para além de todas estas ações, a Homeopatia também ajuda e, por consequência, irá reforçar a sua imunidade para o ambiente escolar e para o que está à sua volta.

E no que diz respeito ao dormir com os pais?

As maiores seguranças da criança são o próprio corpo, onde ela vive e se reconhece e, depois, a família onde ela se inclui, principalmente a mãe e o pai, e depois os irmãos.

Contar com o toque, o cheiro e a sua forma de movimentar, as rotinas e os hábitos da sua família, são de extrema importância e vai fazer tudo para se encaixar nessa realidade, porque são muito necessitadas desse contacto físico e dessa normalidade.

E porque gostam muito, por norma, de dormir com os pais, na adaptação á escola isso acontece ainda mais para que possa aproveitar todo o tempo que tem com os pais depois de ter estado tanto tempo na escola.

Esta questão terá que ser bem gerida, para a criança ter a certeza da sua necessidade que existe de estar segura, assegurada e não ter medo porque nenhuma criança irá dormir com os pais até aos 18 anos.

Aqui tudo pode ser negociado, por exemplo, uns dias dormem e outros não, de noite dormem sozinhos e de manhã vêm para a cama dos pais, será o que melhor servir para os adultos e para as crianças.

A questão de fazer os trabalhos de casa apenas com certas pessoas, está relacionado com a disponibilidade dessa pessoa, com a compreensão e atenção que lhe é dada, assim como pela ausência de distrações.

Como fazer quanto ao desfralde?

Caso ainda use fralda ou tenha iniciado o desfralde, será de observar muito bem a situação.

A retenção fecal faz parte da afirmação da criança num ambiente e, a criança não irá confiar em alguém para ir à casa de banho, apenas porque é deixada com essa pessoa ou porque os pais disseram que podia confiar.

E isso é muito bom, porque a criança está a desenvolver a sua própria intuição, afirmação pessoal e em quem pode confiar.

Caso as pessoas próximas não consigam conquistar a sua confiança, a criança não vai facilmente confiar.

Deve ser atrasado ou o desfralde ou a escola, para não juntar as duas coisas. Quando desenvolver naturalmente essa confiança e intuição, se deixar tocar, abraçar, limpar, por esses adultos fora de casa, aí sim, iniciar ou continuar o desfralde.

E quando a adaptação espelha os sentimentos da mãe ou do pai?

Alguns comportamentos, como por exemplo, ser agressivo com a mãe, quando o vai buscar pode advir de a criança sofrer maus tratos por parte dos coleguinhas e não os conseguir verbalizar.

Mas também pode estar relacionado com a projeção da raiva dos pais e, daí a necessidade de observação constante quer sobre si mesmos, quer sobre as crianças, porque eles espelham o subconsciente dos pais.

O bruxismo, por exemplo, é uma questão que vem dos pais e da raiva não expressada que, por norma, um dos pais tem para resolver.

Ao tratarmos nos pais essa raiva por expressar, mais facilmente a criança deixa de o refletir.

Também, muito importante, será tratar as feridas de abandono ou separação da mãe, para que não se volte a repetir porque geração após geração, as mesmas dificuldades, feridas e questões vão repetir-se.

Todas as pessoas têm questões para lidar, o importante é que a partir da altura em que temos consciência que estão lá devem ser tratadas para que não se repitam.

Os filhos também têm esse papel, virem espelhar os pais para que possam trabalhar o seu emocional. São como os sintomas da doença e os sintomas prevalecem para dizer o que não está bem, mostrar o caminho a seguir e a forma certa de lidar com o corpo.

Muitas vezes existem situações muito bem enterradas e os sintomas apenas mostram a superfície, então os filhos e os seus comportamentos espelham o que não está bem nos pais e o que precisa de ser sanado e tratado.

Deve ser feita uma observação e um trabalho contínuo, para que os comportamentos mais estranhos da criança sejam percebidos e justificados com as situações do dia a dia ou com a história de vida da criança e dos pais.

Aliada a esta observação, é usada a Homeopatia para tratar sempre a causa e não apenas os sintomas.

Os pais têm o poder e a responsabilidade de capacitar os filhos através do trabalho emocional, que deles próprios, quer das crianças.

Quer isto dizer que será melhor a criança ficar em casa?

Nenhuma destas situações significam que a mãe ou o pai, têm obrigação de ficar com a criança para que ela não vá à ela não à escola.

O facto de a criança ficar doente e sentir falta da mãe é só uma dificuldade da criança em lidar com os seus sentimentos.

Os pais podem alterar essa dificuldade a qualquer momento, através da Homeopatia, dos florais e do discurso da mãe, porque a mãe tem o dom de falar com a sua criança de forma esta vai entender, ouvir e perceber o que está a acontecer.

Os pais podem, assim, satisfazer as suas necessidades colocando a criança na escola, fazendo o seu próprio trabalho emocional e oferecendo ferramentas para que eles possam lidar com a situação.

Porque o equilíbrio está em que os pais nutram as suas necessidades, ensinando assim as crianças que é valioso nutrir as suas próprias necessidades.

Pode acontecer que a adaptação no início corra bem, podendo existir algum desvio pelo meio, porque nem sempre a criança reage mal à adaptação logo no início.

É importante os pais estarem atentos às situações e ir navegando na situação e na adaptação, para que estejam disponíveis para amparar e ajudar a criança a entrar no mundo, quer através da escola ou de outra situação, acreditando em si, na segurança e na intuição de que são capazes.