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Sabes a importância do leite materno na Imunidade?

Como é que o leite materno e a amamentação podem ser a chave para uma Imunidade Guerreira?

Todas as mães estão aptas, isto é, o seu organismo foi desenhado de forma a ser possível a produção do leite materno.

Quando se referem a não capacidade de produção de leite materno, ou até mesmo, o leite fraco, não terá diretamente a ver com a capacidade da produção em si, mas com outros fatores que não ainda não foram identificados.

Após o porto existe um pico hormonal, que avisa o corpo da mãe que irá ser necessário a produção de leite materno.

A mãe é estimulada através da sucção do bebé na mama, que é um sinalizador químico, hormonal, emocional e físico que de é necessário começar a produzir.

O bebé no início faz uma sucção diferente para avisar sobre a sua necessidade, e depois outro tipo de sução, para continuar a consumir esse leite.

A quantidade de produção de leite vai depender das vezes que o bebé mama. Ao mamar a mama fica sem leite, então o corpo da mãe entende que tem que produzir mais. A sucção do bebé e a mama esvaziar é uma dança entre mãe e bebé, para que o corpo da mãe saiba o que tem que produzir.

O teu leite é fraco…

De certeza que muitas mães que me seguem já ouviram isto.

Esta expressão surgiu numa altura em que não existia muita informação sobre amamentação e a indústria de marketing, estava a fazer uma enorme pressão sobre os consumidores para que dessem, as chamadas, fórmulas, o leite artifícial aos bebés. Fazendo-o de uma maneira que levava a crer que seria muito mais saudável que o leite materno.

Daí as pessoas dizerem que o leite da mãe é fraco, não sustenta o bebé… E ainda hoje, com bastante mais informação, este mito subsiste, entre as próprias mães, as famílias e entre alguns profissionais de saúde.

Mas nada disto é a realidade! O que é necessário, é procurar o verdadeiro problema que está a dificultar a amamentação. Isso sim, é o importante.

O que é realmente o leite materno?

  • Hoje em dia sabemos que o leite materno é o único alimento que está preparado para alimentar o nosso filho, desde o nascimento até aos 6 meses de vida, de forma exclusiva e, depois, para continuar a nutrir o bebé em conjunto com os alimentos sólidos.
  • O leite materno é uma matéria viva dinâmica, considerado nutricionalmente ter tudo o que o bebé precisa considerando a sua fase da sua vida. Isto é, as suas qualidades são adaptativas, alterando-se todos os dias para acompanhar as necessidades do bebé.
  • E é neste contacto com o leite materno e, até na pele com pele, que o bebé recebe o microbioma da mãe, que será o seu, que irá melhorar o seu sistema imunitário.

Este microbioma é recebido pelo bebé, no parto por via vaginal, e/ou, também, através do leite materno.

  • Através do leite materno o bebé recebe os anticorpos das doenças que a mãe já contactou ao longo da sua vida, muito benéficos para o seu sistema imunitário, no caso de o bebé contactar com algum desses agentes patogénicos.
  • E também, alguns nutrientes necessários para tratar alguma dessas questões de saúde.
  • O leite materno vai adaptar-se a todos os estágio de desenvolvimento do bebé e, até nas estações do ano, quando é necessária mais ou menos gordura.
  • Para além disso, o leite materno modifica-se durante o dia, de forma a transmitir as hormonas da mãe, para fazer com que um treino hormonal. Á noite, com a produção de melatonina, que também é passada ao bebé, traz-lhe um sono de boa qualidade; de manhã o cortisol, que a é a hormona que nos dá um impulso e que nos faz acordar.

Esta alteração hormonal, dado que são hormonas funcionais, que terão uma função reguladora no organismo do bebé, será um género de treino, de forma a ajudá-lo a regular-se sobre os ciclos em que vivemos.

No caso do sistema hormonal da mãe não funcionar muito bem, também será isso que ela vai passar ao bebé. Dificuldade em adormecer, em acordar, será isto que o bebé irá sentir, pelo menos até ele próprio se adaptar mais ao ciclo circadiano.

Atenção que não quer isto dizer que o bebé vai dormir a noite toda. O bebé irá ter vários despertares durante a noite, para mamar, ou por outros desconfortos como a fralda, o que é muito normal, irá é estar mais sonolento.

Porque é importante amamentar?

  • Otimiza a digestão do bebé, dado que os seus órgãos, na altura do nascimento, ainda são muito imaturos;
  • O leite materno é como que um treino para que a digestão funcione bem, com as suas enzimas e o seu microbioma, ajudando o intestino a manter-se íntegro na sua função de nutrir o bebé;
  • É a forma, por excelência, que o bebé tem de receber microbioma e flora intestinal da mãe, desde o seu nascimento e até aos seus três primeiros anos de vida, fulcrais na constituição da flora intestinal do bebé;
  • É a forma da mãe passar os seus anticorpos, as suas defesas, a imunidade adaptativa da mãe, de todas as doenças porque passou. É um registo e uma informação muito importante que a mãe transmite ao seu bebé;
  • Ajuda o corpo do bebé a entender os ciclos do sono e do despertar, através das hormonas da mãe, sendo que o sono é primordial na vida de qualquer pessoa, mais ainda num bebé acabado de nascer. Quem não tem um bom ciclo de sono não tem uma boa saúde;
  • Promove o vínculo mãe – bebé, a nível neurológico, hormonal e bioquímico de ambos. É a melhor garantia de equilíbrio da saúde de ambos.
  • Para a mãe, é cansativo, muitas vezes difícil e extenuante, mas está comprovado que a mãe que amamenta tem uma melhor saúde no pós-parto e após.
  • Para além da parte bioquímica e física, existe a construção de um vínculo, de extrema importância e que ressoa completamente no seu crescimento e evolução, desde a sensação de segurança do bebé, à sua autoestima em construção, sensação de independência e autonomia, porque o bebé sente e vive a realização das suas necessidades. Quando estas estão satisfeitas o bebé está seguro e a sua energia vital pode concentrar-se no seu crescimento na sua evolução.

A amamentação é protetora da saúde da mãe e protetora e construtora da saúde do bebé.

Qual é a idade ideal para o desmame?

Quando falamos de desmame, o mais importante é perceber o que a mãe e o bebé querem.

Se já não for confortável para nenhum, então talvez esteja na altura de parar. E, nesta altura, podes consultar um profissional, que te ajude a proceder com o desmame de forma gentil para os dois.

Pode ser feito um desmame só noturno, só diurno ou total, mas sempre de forma gentil. Isto é muito importante.

A altura ideal para o desmame é quando tu ou o bebé já não quiserem mais.

Existe uma idade natural para o desmame, que se situa entre os 3 e os 7 anos.

Trata-se de um intervalo muito grande, mas, por exemplo, esta criança só mama para dormir, durante o dia não pede nem tem necessidade.

E os falsos desmames?

Os falsos desmames podem acontecer, normalmente (não é vinculativo) entre os 7 e os 9 meses, depois com 1 ano e depois com 1 ano e meio, mais ou menos.

E são chamados os falsos desmames porque o bebé ou a criança vai deixar de mamar por um período de tempo, mas depois volta. Isto acontece por picos de crescimento, o bebé sente que necessita fazer uma ligeira paragem. Mas é isso mesmo uma paragem.

Podes continuar a oferecer se o quiseres, não precisas de te assustar, basta que encares a situação com normalidade, até o bebé ou a criança te pedir novamente mama.

Estes falsos desmames podem até coincidir com alguma recusa de alimentos, que também é normal, eles por vezes, terem alguns momentos de recusa alimentar.

Alerto para a questão do leite artificial que, também, não deve ser oferecido nestas alturas.

Eu não consegui amamentar até aos 6 meses em exclusivo

Agora que estamos a tocar neste assunto, existem muitas mães que, por qualquer razão não o conseguiram fazer, e é muito importante que tenhas isto em mente. A desinformação, ou a falta de informação e até mesmo o apoio é essencial e devia estar disponíveis para todas as mães.

Muitas mães não o têm e está tudo bem! Já passou, fizeste o melhor que sabias com o que tinhas disponível.

O que importa e interessa, neste momento, é o presente, é todo o amor que dás ao teu filho e toda a conexão que tens com ele e que todos os dias aumenta. Isso é o mais importante!

A amamentação e os pilares do método Imunidade Guerreira

A amamentação conecta-se com os vários pilares do método Imunidade Guerreira:

  • Com o pilar da Alimentação Instintiva, que também promove o ótimo funcionamento do intestino, ao mesmo tempo que garante que o bebé conhece todos os sabores com os quais a mãe se alimenta, tornando a criança mais recetiva aos sabores e alimentos.

É importante que a mãe se alimente de forma saudável quer para o seu bem-estar, quer porque o bebé vai estar a receber o que a mãe também ingere.

  • Com o pilar da Saúde Emocional, porque a amamentação apoia muito a saúde emocional do bebé e da mãe, e este vínculo por eles formado, melhora a saúde de ambos em muito, sendo que a amamentação é protetora da mãe, na depressão pós-parto.
  • E uma grande conexão com o pilar Sistemas de Decisão, porque uma mãe que está bem informada, vai querer e procurar saber sempre mais. Sobre tudo o que está relacionado quer com a amamentação, quer com a sua saúde e a do bebé, para tomar decisões, não só naquele momento, mas em tudo o que diz respeito à saúde.

Quais são os 4 erros mais comuns cometido no aleitamento materno?

  • Não preparar a amamentação enquanto o bebé não nasceu. Durante a gravidez podes reunir várias informações sobre tudo o que te espera., não apenas sobre o parto. É muito útil e protetor se o fizeres, como falávamos sobre o Pilar da Decisão, para poderes decidir rapidamente e com apoio.
  • Não estar preparada para o que pode acontecer no hospital, consultório médico, quando são dados alguns conselhos, ou opiniões que podem por em risco a amamentação. Se estiveres preparada não os vais aceitar de imediato e vai estar preparada para decidir e agir sobre o que é confortável e mais benéfico para os dois, outras soluções, outras hipóteses.
  • Não saber o quanto o parto influencia a amamentação. Devemos estar despertas para conseguir perceber que determinados tipos de parto, determinados procedimentos do parto vão prejudicar e dificultar a amamentação. Quando temos posse da informação, podemos incluir no plano de parto o que é benéfico e facilita a amamentação.
  • Por último será, não ter uma rede de apoio definida. E uma rede de apoio é toda a gente que te pode ajudar quer a nível profissional e familiar:
  1. Ter conselheira de aleitamento materno, doula, profissional de medicina integrativa ou que fizer sentido em termos de saúde, serem a mesma pessoa ou não, isso é a tua decisão, o importante é serem pessoas em quem confias.
  2. Médicos pró-amamentação, que existem já listas disponíveis.
  3. Família para ajudar que já deve estar sensibilizada quanto à amamentação e às dificuldades que possam surgir, sendo assim o seu papel de apoio e ajuda na alimentação, no tratar da roupa, para que possas cuidar de ti e do bebé, e não apenas opinativo apenas.
  4. Por mim um pai interessado e versado na amamentação. E como tornar esse pai informado, ou através da mãe, ou até mesmo os dois fazerem um curso sobre amamentação., para que também já esteja sensibilizado sobre as dificuldades que possam encontrar, e sobre o apoio que pode dar nessas alturas.

O que pode acontecer se não amamentares?

  • O aumento das doenças e os problemas intestinais. Já está comprovada a existência de uma relação entra a não amamentação e a doença de Crohn, por exemplo.

E, com isto, não queremos dizer que o leite artificial não seja importante em casos extremos de necessidade de sobrevivência. Mas precisamos de saber, que a sua difusão está massificada, muitas vezes por desculpas que não são fundadas, e que é um substituto, muito longe de ser parecido com o leite materno, e que aumenta, em muito, as doenças intestinais.

  • Outra consequência será a baixa imunidade. Como já falámos, no contacto com o leite materno e com o seio da mãe o bebé recebe microbioma, anticorpos e várias hormonas reguladoras, que são muito, mas mesmo muito importantes, para ter uma Imunidade Guerreira. E os três primeiros anos de vida são determinantes nesse aspeto, para toda a saúde naquele momento e para toda a vida.

Por isso, a amamentação é um dos melhores investimentos que podem ser feitos na vida de uma bebé.

E este microbioma é importante porque vai proteger o organismo e tornar os soldados da imunidade muito mais capazes.

Por outro lado, o microbioma está conectado com o cérebro que vai determinar quais os sabores que gostamos, os cheiros, os aromas que nos abrem o apetite. E isto é muito visceral, porque as bactérias do nosso microbioma mandam mais nos nossos gostos que o nosso intelecto.

E, porque o microbioma nos permite uma boa digestão. Os alimentos não serão bem digeridos, o bebé não ficará bem nutrido se o microbioma for deficitário. O microbioma otimiza a nossa digestão.

  • E por último, um comportamento alimentar inadequado ou seletividade alimentar, que resulta de um microbioma deficitário e do tal eixo intestino cérebro que já falamos.

Um organismo saudável cria um habitat para um microbioma saudável, e uma vez que é criado estas bactérias saudáveis aparecem. Agora, uma vez que é criado um habitat, mas que não está apto a que se desenvolvam bactérias saudáveis, mesmo que se consumam probióticos, nunca será suficiente, elas vão sair ou morrer. Nunca se vão fixar.

Quando criamos um habitat saudável estas bactérias, sem qualquer ajudam, povoam esse habitat.

Para finalizar…

Existe uma relação, muito importante, entre a amamentação e a saúde do bebé, da criança e na vida adulta.

O leite artificial é uma alternativa de sobrevivência e NUNCA um substituto fiel do leite materno. O vínculo criado quando existe o contacto com a pele da mãe, com a sucção, com a sensação de segurança, o olhar enquanto mama, é de extrema importância.

A amamentação é fulcral para a saúde e imunidade do bebé e depois da criança.

Quer não tenhas amamentado, ou amamentado, estejas grávida ou a pensar em ter filhos, todo os pilares do método Imunidade Guerreira, estão pensados não só para aumentar a Imunidade Guerreira das crianças que não são amamentadas como proteger e aumentar a imunidade das que foram amamentadas.

Enquanto grávida, podes começar a preparar e a reunir a informação necessárias para, desde o primeiro momento, consolidares essa imunidade.

Vê o vídeo e decide sobre a importância que é ter o teu filho com uma Imunidade Guerreira e uma saúde de ferro.